
Que empresas estão a contratar em Portugal (e como abordá-las)
Todos os meses surgem rankings, estudos e artigos com os “melhores sítios para trabalhar”. Mas quem está mesmo à procura de emprego precisa de uma resposta mais concreta: quem está a contratar? E, mais do que isso, como posso abordar essas empresas de forma eficaz, sem ser apenas mais um nome na caixa de entrada?
Em 2025, a resposta exige mais do que uma lista. Exige contexto. Porque o mercado de trabalho em Portugal está em mutação: sectores inteiros estão em reconfiguração, e novas oportunidades surgem onde antes havia inércia.
Este artigo oferece-te uma visão prática e actualizada sobre os sectores mais activos, empresas com maior probabilidade de contratação e, sobretudo, estratégias para te aproximares de forma inteligente e profissional.
Setores e áreas com maior dinamismo em 2025
1. Tecnologias de Informação e Digital
Portugal consolidou-se como hub tecnológico no sul da Europa. Empresas nacionais e multinacionais continuam a investir em talento para áreas como:
– desenvolvimento de software
– cibersegurança
– inteligência artificial
– data analytics
– product management
Quem está a contratar:
– OutSystems
– Critical TechWorks
– Talkdesk
– Feedzai
– Mercedes-Benz.io
– Bosch Braga & Aveiro
– Startups em crescimento como Coverflex, Remote, Sword Health
2. Shared Services e BPO (Business Process Outsourcing)
Centros de serviços partilhados continuam a expandir-se, especialmente nas áreas de customer experience, operações financeiras e RH multilingue.
Empresas activas:
– Fujitsu
– Accenture
– HCLTech
– Concentrix
– Sitel Group
3. Saúde e Biotecnologia
A inovação em saúde, os ensaios clínicos e o desenvolvimento farmacêutico ganham tração, com novos centros de investigação e biotecnologia a surgirem.
Empresas a acompanhar:
– Hovione
– BIAL
– Bluepharma
– Unilabs
– Hospital da Luz Learning Health
4. Energia e Sustentabilidade
A transição energética está a criar oportunidades em energias renováveis, eficiência energética e engenharia ambiental.
Empresas relevantes:
– EDP Renováveis
– Galp Next
– REN
– Omniflow
5. Educação e Formação Digital
Com o crescimento da formação online e educação corporativa, há procura por profissionais com experiência em instructional design, e-learning, edtech e desenvolvimento de conteúdos.
Exemplos:
– Academia de Código
– TheStarter
– BOLD Education
– Rumos
– EDUdigital
Como abordar estas empresas (sem ser ignorado)
Saber que empresas estão a contratar é metade da equação. A outra metade é saber como te aproximares sem cair no erro da abordagem genérica.
1. Pesquisa profunda antes do contacto
Antes de enviares o CV, pesquisa:
– cultura organizacional (LinkedIn, Glassdoor, site institucional)
– quem são os líderes e decision makers na tua área (usa filtros de pesquisa avançada no LinkedIn)
– eventos recentes (rondas de investimento, aquisições, novos produtos)
Usa essa informação para personalizar a abordagem. Mostra que conheces a empresa por dentro.
2. Não comeces pelo CV — começa pela relação
Em vez de disparar candidaturas frias, começa por interagir com a empresa nas redes sociais, comentar posts relevantes, partilhar insights da área, mostrar-te como alguém atento.
Ao fim de duas ou três interacções visíveis, podes escrever ao/à responsável directo/a (Head of Talent, People Manager, Hiring Manager da área) com uma mensagem breve, clara e honesta.
Exemplo:
Olá [nome],
Acompanho com interesse o trabalho da [empresa], especialmente [projeto ou área específica]. Tenho experiência em [área] e gostava de compreender melhor o vosso contexto actual e eventuais oportunidades futuras.
Posso partilhar o meu CV? E caso não seja o momento, ficaria grata/o por alguma orientação.
Este tipo de abordagem mostra proactividade, conhecimento e respeito pelo tempo de quem lê.
3. Usa a tua rede (sem vergonha)
Revisita contactos passados — ex-colegas, colegas de formação, antigos gestores — que estejam em empresas-alvo. Não para pedir emprego directamente, mas para pedir contexto:
– “Como é trabalhar aí?”
– “Sabes se estão a contratar alguém na minha área?”
– “Há algo em que possas aconselhar-me para me posicionar melhor?”
A maioria das contratações em 2025 continua a acontecer por recomendação informal. Não ignores esse canal.
4. Prepara o teu “pitch” com clareza
Se fores chamado/a para conversa ou entrevista, deves saber exactamente como resumir:
– o que fazes
– o que procuras
– o que podes oferecer
– por que escolheste aquela empresa
Evita floreados. A clareza impressiona mais do que o jargão técnico. Um bom pitch é directo e ancorado em valor.
Em vez de procurar “quem está a contratar” como quem procura agulhas num palheiro, sê tu quem se torna visível. As melhores oportunidades raramente estão nos sites de emprego — estão nas interacções humanas, no posicionamento estratégico e na capacidade de mostrar que não estás apenas à procura de trabalho, mas sim de lugar, de propósito, de contexto onde fazer diferença.
O mercado está a mexer. As empresas estão a contratar. Mas o talento que se destaca hoje é o que se aproxima com consistência, consciência e coragem.
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